PROTOCOLO DE KYOTO - #Unidade 1 (Definições e Conceito do Tema: Mudanças Climática e Desenvolvimento sustentável)

O Protocolo de Kyoto pode ser considerado uma das mais importantes iniciativas para reverter os danos ambientais provocados pelo aquecimento global. Na verdade, trata-se de um documento que orienta os países industrializados com relação a redução da emissão de gases, para que seja possível um planeta digno para as gerações futuras.

O Protocolo de Kyoto é consequência da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como ECO-92, que ocorreu no Rio de Janeiro, e que tinha por objetivo a estabilização das concentrações de gases estufa na atmosfera. Com relação à ECO-92, poucas mudanças foram observadas quanto ao comportamento dos países que participaram do acordo, uma vez que continuaram a poluir o ambiente com suas atividades sempre voltadas ao desenvolvimento econômico desenfreado.

Sendo assim, em 1997, novo encontro reuniu representantes de 159 países, na terceira Conferência das Partes (COP 3), em Kyoto, no Japão, e resultou na aprovação de um documento conhecido com Protocolo de Kyoto que deveria ser aprovado e ratificado pelas autoridades locais. O problema é que a diminuição da emissão de gases não é coisa fácil de conseguir e mexe (e muito) com a economia dos países. É preciso influir na agricultura, na queima de combustíveis e, ainda, é necessário que os países reformulem sua política industrial, buscando formas limpas de produção de energia.

O conteúdo do documento gerou em pouco tempo, reações bastante adversas de alguns países. A mais forte veio justamente do maior poluidor, os Estados Unidos (EUA), que respondem por 25% do total de emissão de carbono no mundo. Depois de ter anunciado que não iria participar dos compromissos definidos pelo Protocolo de Kyoto, o presidente americano viu-se em uma situação bastante desconfortável, cercado de críticas que o tachavam de vilão da natureza.

Para amenizar essa situação, os EUA lançaram um programa alternativo de redução de emissão de gases poluentes. O programa americano se baseia no controle voluntário por parte da indústria, com a motivação através de incentivos fiscais. Essa decisão irritou os ambientalistas e desagradou aos outros líderes de nações desenvolvidas que aderiram ao Protocolo de Kyoto.

É importante destacar que para que o Protocolo entrasse em vigor, seria necessário que fosse ratificado por 55 países que representassem, juntos, pelo menos 55% das emissões de gases. Junto com os EUA, reagiram ao acordo o Canadá e a Austrália.

MAS DO QUE TRATA ESSE DOCUMENTO?

Segundo esse Protocolo, os países industrializados assumem o compromisso de reduzir as emissões de gases estufa no período de 2008 a 2012, em pelo menos 5% em relação aos níveis de 1990. Tal atitude representa uma mudança representativa das emissões de gases iniciadas pela Revolução Industrial.

Após a COP3, o Protocolo foi aberto para assinaturas em 11 de dezembro de 1997 e ratificado em 15 de março de 1999. Mas como foi comentado anteriormente, seria necessário que 55% dos países desenvolvidos aderissem ao acordo, e dessa forma, somente entrou em vigor em 2005, depois que a Rússia também aceitou participar.

No momento que o Protocolo de Kyoto entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005 passou a ser um compromisso legal vinculando todas as partes envolvidas, no caso dos países signatários, e o não cumprimento de alguma parte estará sujeita a penalidades dentro do Protocolo.

Segundo o documento, fica estabelecido um calendário pelo qual os países participantes assumem a obrigação de reduzir a emissão de gases que provocam o efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990, entre 2008 e 2012, denominado de primeiro período de compromisso.


Mas as metas previstas pelo Protocolo não sâo iguais para todos os países, pois estabelecem níveis diferenciados para 38 países que mais poluem, como por exemplo, 8% para a União Europeia (UE), 7% para os Estados Unidos (EUA) e 6% para o Japão, como demonstra o gráfico. Já países como o Brasil, o México, a Argentina e Índia não precisam atingir metas de redução, pelo menos momentaneamente, uma vez que se encontram em processo de desenvolvimento.

QUADRO GERAL DE EMISSÕES MUNDIAIS DE CO2


Dentre as ações previstas para a redução das emissões de gases estão:

• A reforma para o aumento da eficiência enérgética em diversos setores da economia.
• A limitação e/ou redução de emissões de metano por meio de sua recuperação e utilização no tratamento de resíduos, bem como na produção, no transporte e na distribuição de energia.
• O incentivo à pesquisas relacinadas a tecnologias inovadoras e ambientalmente seguras.
• A promoção do uso de fontes renováveis de energia.
• A diminuição gradual ou eliminação de incentivos fiscais, isenções tributárias e tarifárias, e também de subsídios para todos os setores emissores de gases de efeito estufa que sejam contrários ao objetivo do Protocolo.
• O estabelecimeto de um limite para as emissões de metano no gerenciamento de resíduos e dos sistemas energéticos.
• O incentivo às práticas sustentáveis para a utilização das florestas e a proteção de matas e outros reservatórios de carbono.
• Promoção de formas sustentáveis de manejo da terra.

Caso o Protocolo de Kyoto seja implementado com sucesso, estima-se que uma redução da temperatura entre 1,4° C e 5,8° C, ocorra até 2100. Entretanto, para que isso aconteça muitas negociações após 2012 deverão acontecer, pois cientistas afirmam que uma redução de 5% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente para a mitigação do aquecimento global.

A maioria dos pesquisadores que estuda o clima concorda que as metas estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto são insuficientes para conter o problema. É praticamente um consenso entre muitos especialistas que seria necessário uma redução de 60% e não 5% como estabelece o Protocolo para evitar as piores consequências das mudanças climáticas.

Já os defensores do acordo dizem que o tratado foi responsável pelo estabelecimento de leis, em diversos países, voltadas a redução da emissão de gases e que, se não fosse pelo acordo firmado em Kyoto, as dificuldades para implementar medidas ecológicas seriam ainda maiores.

E como fica o Brasil nessa estória? O Protocolo de Kyoto considera que os países em desenvolvimento, como o Brasil, a China e a Índia, são os que menos contribuem para as mudanças climáticas, mas que apesar disso, tendem a sofrer as maiores consequências.

Dessa forma, assim como outros países em desenvolvimento que aderiram ao Protocolo, o Brasil não teve que se comprometer com metas específicas, mas precisa manter a ONU informada a respeito de suas emissões, buscando sempre o desenvolvimento de estratégias que busquem o desenvolvimento econômico responsável.

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