Em junho de 1992, no Rio de Janeiro, a
Conferência das Nações Unidades sobre Ambiente e Desenvolvimento veio reafirmar
a importância da garantia de uma vida saudável e produtiva para todos, embora
não excedendo os limites da natureza.
A Pegada Ecológica mede a exigência humana na biosfera. A pegada
de um país inclui a área necessária para manter o consumo da população humana
da zona de cultivo (alimentos, rações de animais, fibras e óleo); dos prados e
pastos (pastoreio de animais para a obtenção de carne, peles, lã e leite); das
zonas de pesca (peixe e marisco), e das áreas de floresta (madeira, fibras de
madeira, pasta e lenha).
Nos 11 anos seguintes a essa conferência,
entre 1992 e 2003, a pegada ecológica média por pessoa, medida em hectares
globais constantes, em países de rendimentos baixo e médio alterou-se um pouco,
enquanto a pegada média por pessoa em países de rendimento alto aumentou em
18%.
Durante os últimos 40 anos, a pegada média em países de rendimento
baixo rondou os 0,8 hectare global por pessoa. A pegada energética demonstra a
maior disparidade por pessoa entre os países de rendimentos alto e baixo. Tal
se deve, em parte, ao fato de as pessoas poderem comer apenas uma quantidade
limitada de alimentos, enquanto o consumo da energia é definido principalmente
pela capacidade de pagamento do consumidor.
O desenvolvimento sustentável consiste em um compromisso para a melhoria do
bem-estar humano, com a limitação de que este desenvolvimento se concretize
dentro dos limites tecnológicos da biosfera. O progresso com vista ao
desenvolvimento sustentável pode ser avaliado através do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD) como um indicador do bem-estar, e da Pegada Ecológica como uma medida da
exigência humana na biosfera.
O PNUD considera um valor do IDH de mais de 0,8 para a
classificação de “alto desenvolvimento humano”. Uma Pegada Ecológica inferior a
1,8 hectare global por pessoa, a biocapacidade média disponível por pessoa no
planeta, torna as exigências em matéria de recursos de um país globalmente
replicativas. O desenvolvimento sustentável de sucesso envolve o mundo como um
todo correspondendo a ambos os critérios mínimos. Em 2003, a Ásia-Pacífico e a
África estavam utilizando, em nível regional, uma quantidade inferior à média
mundial da biocapacidade por pessoa, enquanto a UE-25 e a América do Norte
ultrapassavam o limiar definido para o alto desenvolvimento humano. Nem o mundo
como um todo, nem nenhuma região, satisfizeram ambos os critérios para o
desenvolvimento sustentável.
(Fonte: Relatório Planeta Vivo 2006. WWF for
a living planet.)
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