#UNIDADE 02. O ar em movimento

Todos sabemos que o vento é o ar em movimento, mas movimento horizontal. O que muitos não sabem é que o Sol é o grande responsável pela existência dos ventos. Desta maneira, podemos afirmar que o vento é o movimento do ar sobre a superfície terrestre, resultado de um aquecimento desigual da atmosfera pelo Sol.

As radiações solares esquentam a superfície da Terra, que por sua vez esquenta o ar que a rodeia, fazendo-o dilatar-se. Ao dilatar-se, fica mais leve e sobe, deixando em seu lugar o ar mais frio que é mais pesado. O ar quente que sobe esfria e volta a Terra, substituindo o ar quente. É esse vaivém das massas de ar que forma o vento.

A circulação de ar quente e frio em sentidos opostos forma a chamada corrente de convecção, que ocorre sempre que, em um ambiente, existe um local com diferença de temperatura em relação ao restante. Através das correntes de convecção podemos explicar alguns padrões de comportamento dos ventos em determinadas regiões de nosso planeta, como por exemplo, as chamadas brisas marítimas e terrestres.

Brisa marítima x brisa terrestre

Sobre grandes porções de água - como oceanos e lagos - boa parte da energia que incide durante o dia é absorvida pela água ou envolvida no processo de evaporação, de modo que o ar que as encobre permanece relativamente frio; já o ar circundante é mais aquecido, devido ao calor refletido pela terra e sobe, fazendo com que a massa de ar frio ocupe seu lugar.

Desta forma, durante o dia o vento tende a soprar da água para a terra. Este fenômeno é chamado de brisa marítima. Durante a noite, a situação se inverte. Como a água mantém por mais tempo a energia calorífica recebida, o ar sobre ela mantém-se mais quente que o ar sobre a terra e, assim, a tendência do vento é soprar da terra para a água. Este fenômeno é chamado de brisa terrestre.

Em regiões montanhosas também existe um padrão característi
co de ventos, senão vejamos: durante o dia, as encostas são mais aquecidas do que as regiões mais baixas, de forma que o vento tende a soprar em sentido ascendente. À noite, a direção dos ventos tende a mudar, já que as regiões mais altas perdem calor mais depressa.

 Observe nas figuras o processo de formação dos ventos no litoral e em zonas montanhosas, (a) durante o dia; (b) durante a noite.


Relação entre a pressão atmosférica e os ventos

Quando o ar é aquecido, torna-se menos denso, causando diminuição da pressão atmosférica e determinando uma zona de baixa pressão. O ar frio determina uma zona de alta pressão e provoca a subida do ar quente na atmosfera. Desta maneira, forma-se uma corrente ascendente ou corrente térmica. Este tipo de corrente é fundamental para o voo dos pássaros, para os esportes radicais - asa delta, parapentes e planadores - e outras utilidades.

Diante do que já estudamos, podemos entender agora, como se forma os ventos numa escala global. O planeta Terra não é aquecido de forma uniforme, sendo que as regiões mais próximas ao Equador, por receberem mais diretamente as radiações solares, são mais quentes do que as regiões mais próximas do Polo Norte e do Polo Sul.

O ar das regiões próximas ao Equador é quente e determina uma zona de baixa pressão atmosférica, enquanto nos polos a pressão atmosférica é maior. O vento surge quando o ar se movimenta de uma região de alta pressão para uma região de baixa pressão.

Cada hemisfério têm três padrões de vento: os polares, os de oeste e os alísios. As correntes de vento formam-se em direções opostas no Hemisfério Norte e no Hemisfério Sul. Os ventos se deslocam ligeiramente voltados para leste ou para oeste, devido ao movimento de rotação da Terra.


Ventos constantes

Alísios: são ventos que sopram constantemente dos trópicos para o Equador e que por serem muitos úmidos, provocam chuvas nesses arredores onde ocorre o encontro desses ventos. Por isso, a zona equatorial é a região das calmarias equatoriais chuvosas.

Contra-alísios: são ventos secos, responsáveis pelas calmarias tropicais secas. Sopram do Equador para os trópicos, em altitudes elevadas.


Ventos Periódicos

Monções: São os ventos que, durante o verão, sopram do Índico para a Ásia Meridional e durante o inverno, sopram da Ásia Meridional para o oceano Índico. As monções são classificadas da seguinte forma:

Monções Marítima: são ventos que se deslocam do oceano Índico para o continente e provocam fortes chuvas na Ásia Meridional, causando enchentes e inundações.

Monções Continental: sopram do continente para o Oceano Índico provocando secas no sul da Ásia.

Brisas: são ventos repetitivos que sopram do mar para o continente durante o dia e do continente para o mar durante a noite.


Ventos locais e variáveis

O vento local se desloca numa certa região em determinadas épocas. No Brasil, um bom exemplo de vento local é o Noroeste, massa de ar que, saindo do Amazonas, alcança o Estado de São Paulo entre agosto e outubro. No deserto do Saara, ocorre um vento extremamente forte conhecido como simum, que provoca enormes tempestades de areia. Já os ventos variáveis são massas de ar irregulares que varrem uma determinada área de maneira inesperada.

 

Ventos Perigosos

Ciclone: caracteriza-se por uma tempestade violenta que ocorre em regiões tropicais ou subtropicais, produzida por grandes massas de ar em alta velocidade de rotação. Os ventos de um ciclone podem superar 50km/h.

Furacão: caracteriza-se por um vento circular forte, com velocidade igual ou superior a 108km/h. Os furacões são os ciclones que surgem no mar do Caribe (oceano Atlântico) ou nos EUA. Os ventos precisam ter mais de 119km/h para uma tempestade ser considerada um furacão. Giram no sentido horário (no hemisfério Sul) ou anti-horário (no hemisfério Norte) e medem de 200km a 400km de diâmetro. Sua curva se assemelha a uma parábola.

Tufão: são ciclones formados no sul da Ásia e na parte ocidental do oceano Índico, entre julho e outubro. É o mesmo que furacão, só que na região equatorial do Oceano Pacífico. Os tufões surgem no mar da China e atingem o leste asiático.

Tornado: é o mais forte dos fenômenos meteorológicos, menor e mais intenso que os demais tipos de ciclone. Com alto poder de destruição, atinge até 490km/h de velocidade no centro do cone. Produz fortes redemoinhos e eleva poeira. Forma-se entre 10 e 30 minutos e tem, no máximo, 10km de diâmetro. O tornado é menor e em geral mais breve do que o furacão, e ocorre em zonas temperadas do Hemisfério Norte.

Vendaval: vento forte com um grande poder de destruição, que chega a atingir até 150km/h. Ocorre geralmente de madrugada e sua duração pode ser de até cinco horas.

Willy-willy: nome que os ciclones recebem na Austrália e demais países do sul da Oceania.

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