1 - O que são camadas de solo?
Camadas são seções no perfil pouco ou nada afetadas pelos
processos pedogenéticos.
2 - O que determina a classificação de um solo?
A classificação de um solo é determinada pela interpretação de
características morfológicas e propriedades físicas, químicas e mineralógicas descritas
em campo e analisadas em laboratório, respectivamente.
3 - Onde encontrar a distribuição dos solos no
Brasil?
A distribuição pode ser encontrada no mapa de solos do Brasil no
documento: Mapa de Solos do Brasil, 1:5.000.000. Embrapa Solos (SANTOS et al.,
2011).
4 - Como os solos são formados na natureza?
O solo é formado e se desenvolve como resultado do efeito de fatores
ambientais ativos, como o clima e organismos, sobre o material de origem, em
uma posição da paisagem e por um período de tempo. Como consequência, o solo
passa por sucessivas fases de evolução, desde o estádio inicial de intemperismo
do material de origem (juvenil) até alcançar o equilíbrio (maturidade), não se
alterando quanto à característica selecionada com o passar do tempo. Em uma
análise conjunta, a gênese do solo se dá a partir de duas fases distintas: Fase
A - Deposição e/ou acumulação do material de origem (substrato), que representa
a base para a formação, desenvolvimento e evolução dos diferentes solos. Fase B
- Formação e diferenciação dos horizontes de solos (pedogênese), que representa
a ação coletiva ou isolada dos mecanismos (ação física, química e biológica)
sobre o material de origem, cuja intensidade de atuação é condicionada pelos
fatores de formação e que irão direcionar os diferentes processos de formação.
A combinação entre os mecanismos e fatores promove ou retarda a diferenciação e
a evolução dos horizontes, ou seja, a expressão dos processos de formação,
dando origem a diferentes solos.
5 - Qual a composição do solo?
Em nível bem elevado, a composição básica do solo é matéria sólida
(orgânica e mineral), líquida e gasosa.
6 - O que são e como são separados os horizontes do
solo?
Horizontes são seções distribuídas no perfil de solo, os quais
representam os processos de formação, guardando a relação genética entre si
(pedogênese). Podem ser separados uns dos outros pela diferença de cor,
textura, estrutura ou consistência.
7 - Quais são os horizontes do solo?
Os horizontes se subdividem em horizontes superficiais O, H e A; e
horizontes subsuperficiais, representados pelas letras E, B, C, F e R.
8 - Qual a constituição dos principais horizontes do
solo?
Os horizontes O e H são de constituição orgânica, sendo O
relacionado a ambiente de altitude ou clima frio e H de ambiente com presença
de água na maior parte do tempo (alagado ou mal drenado). Os horizontes A, E, B
e C são de constituição mineral. O horizonte A apresenta maior relação com a
atividade biológica e matéria orgânica, de cor mais escura e estrutura
granular, enquanto o horizonte E representa aquele que perdeu argila, ferro,
alumínio e material orgânico, sendo de maneira geral mais claro que os demais
horizontes. O horizonte B apresenta cores mais intensas, onde o processo
pedogenético é mais acentuado. O horizonte C apresenta em parte a constituição
da rocha ou arranjo.
9 - Como e porquê é determinada a cor do solo?
A cor é uma característica morfológica determinada em torrões de
cada horizonte do solo, segundo a caderneta de cores (Munsell Soil-Color Charts
(MUNSELL, 2009).
A observação da cor do solo é baseada em três elementos básicos, que
regem o sistema de cores de Munsell: Matriz (Hue) - a cor pura, descrita entre
vermelho (R), amarelo (Y), etc.
Valor (Value) - é o tom de cinza presente na cor (“claridade” da cor),
variando entre branco (valor 10) ou preto (valor 0).
Croma (Chroma) - proporção da mistura da cor fundamental com a
tonalidade de cinza. Variando também de 0 a 10.
A cor pode indicar algumas características do solo de forma
imediata, como por exemplo, conteúdo de matéria orgânica, presença de óxidos de
ferro, minerais que compõem a argila, processo de gleização, em função do
regime hídrico (drenagem) etc.
Contribui para a separação dos horizontes e em alguns casos para a
classificação taxonômica.
10 - Como são classificados os solos no Brasil?
A classificação de um solo é feita pelo Sistema Brasileiro de
Classificação de Solos, que representa uma classificação com base em
características morfológicas e genéticas descritas nos horizontes do solo,
sendo contemporizadas em sistema de chave taxonômicas. O sistema nacional
classifica os solos em seis níveis diferentes correspondendo, cada nível, a um
grau de generalização ou detalhe, são eles: Ordem, Subordem, Grande Grupo, Subgrupo,
Família e Série (ainda em discussão). O sistema completo com todos os tipos de
solos está publicado no livro Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
(SANTOS et al., 2013a).
11 - O que é solo?
A definição de Solo vai depender essencialmente do enfoque dado,
ou seja, do olhar que se tem da sua utilização, do estudo a ser realizado. Na
pedologia, é uma coleção de corpos naturais, constituídos por partes sólidas,
líquidas e gasosas, tridimensionais, dinâmicos, formados por materiais minerais
e orgânicos, contendo matéria viva e ocupando a maior porção do manto
superficial das extensões continentais do planeta. Contém matéria viva e pode
ser vegetado na natureza onde ocorrem e eventualmente, modificados por
interferências antrópicas. É produto do intemperismo sobre um material de
origem, cuja transformação se desenvolve em um determinado relevo, clima, bioma
e ao longo de um tempo. Demais definições, com outros sentidos podem ser
observadas no Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SANTOS et al.,
2013a).
12- Qual a função do solo?
O solo serve para dar sustentação às plantas, age como armazenador
de água e é um filtro natural de poluentes, além de ser um meio de vida para o
homem, onde se produz alimentos, construção de casas, estradas e demais
necessidade humanas.
13 - Como é feito o estudo do solo?
O estudo do solo é feito através de seu perfil (perfil do solo),
que pode ser definido como um corte vertical que se estende da superfície até
uma determinada profundidade. O perfil do solo pode ser estudado em trincheiras
(grandes buracos abertos no campo) ou em barrancos em beira de estradas,
definindo-se os horizontes desde a superfície até uma profundidade de 2,0 m.
Nos horizontes é realizada a caracterização morfológica: profundidade,
espessura, cor, textura, estrutura, transição entre horizontes, presença de
raízes, atividade biológica, presença de minerais, entre outras. Ainda, são
coletadas amostras de solo para análises químicas, físicas, mineralógicas e
micromorfológicas.
14 - Quais proporções granulométricas determinam as
diferentes texturas do solo?
A textura do solo é determinada a partir da proporção de areia e argila,
sendo:
• Textura arenosa: quando tiver um teor de areia de 70% ou mais e
um teor de argila de 15% ou menos;
• Textura média: quando tiver um teor de argila inferior a 35% e
um teor de areia superior a 15%;
• Textura argilosa: quando tiver um teor de argila entre 35% e 60%;
• Textura muito argilosa: quando tiver um teor de argila superior a
60%;
• Textura siltosa: quando tiver um teor de argila menor que 35% e
um teor de areia menor que 15%.
A quantidade de silte é determinada pela diferença entre a
quantidade de areia (grossa mais fina) e a quantidade de argila.
15 - O que é estrutura do solo e qual a sua
importância para o solo e as plantas?
Por estrutura, entende-se a agregação das partículas primárias do
solo em unidades estruturais compostas, separadas, entre si, pelas superfícies
de fraqueza. A sua importância se reflete principalmente na infiltração de água
no solo, na quantidade de ar disponível para trocas gasosas do sistema
radicular e atividade biológica (macro e microrganismos).
16 - O que é e para que serve a porosidade do solo?
É a proporção de espaço poroso, variando de acordo com a densidade
do solo, serve para armazenamento de água e ar.
17 - Qual a finalidade das análises químicas, físicas,
mineralógicas e micromorfológicas do perfil do solo?
Os resultados dessas análises, associadas às informações
complementares sobre relevo, clima e vegetação, permitirão a classificação dos
diferentes tipos de solos, indicando, ainda, a aptidão de uso de cada tipo de
solo para as atividades na agricultura, pecuária, florestal e construção civil.
18 - Quais os dados físicos, químicos e mineralógicos
dos tipos de solos do território brasileiro?
O atual “Sistema Brasileiro de Classificação de Solos” (SANTOS et
al., 2013a) traz a definição quanto aos aspectos físicos, químicos e
mineralógicos das classes de solos encontradas no Brasil. No entanto, essas
características são variáveis em função de alguns fatores que atuam no espaço e
no tempo de forma conjunta, em proporções variadas. São eles o material de
origem, o clima, o relevo e os organismos.
19 - Como definir um topsoil?
Por definição um topsoil corresponde à camada superior de um solo,
normalmente com bons teores de nutrientes disponíveis às plantas, com matéria
orgânica (cores escuras) e atividade biológica. Topsoil é um termo de
engenharia referente à camada superficial do solo. Em pedologia é denominado de
horizonte A. Possibilita a classificação de um solo, ou, uma camada superficial
de um solo antrópico, em processo de recuperação, em uma área alterada que
contenha bons teores de nutrientes. Em geral todos os solos que não sofreram
remoção ou adição acentuada de material apresentam este tipo de horizonte. A
profundidade corresponde, normalmente, aos primeiros 30 cm, mas dependendo do
horizonte A pode ser maior ou menor.
20 - Quais as principais características dos
horizontes superficiais do solo?
Apresentam, normalmente, maior teor de matéria orgânica (restos vegetais
e animais decompostos ou em decomposição); cor mais escura; maior atividade
biológica (minhocas, formigas, microrganismos); maior fertilidade (mais
nutrientes para as plantas).
Referências
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suelo y fertirrigación. In:CADAHÍA LÓPEZ, C. (Coord.). Fertirrigación:
cultivos hortícolas y ornamentales. Madrid: Mundi-Prensa, 1998. cap. 8. 475 p.
RANZANI, G. Manual
de levantamento de solos. 2. ed. São
Paulo: E. Blucher, 1969. 167 p.
Literatura recomendada
INACIO, C. de T.; MILLER, P. R. M. Compostagem:
ciência e prática para a gestão de resíduos orgânicos. Rio de Janeiro: Embrapa
Solos, 2009. 156 p. il.
PEIXOTO, R. T. dos G. Compostagem: opção para o
manejo orgânico do solo. Londrina: IAPAR, 1988. 48 p. (IAPAR. Circular, 57).
______. Compostagem: princípios, práticas e perspectivas em
sistemas orgânicos de produção. In: AQUINO, A. M. de; ASSIS, R. L. de. (Ed.). Agroecologia:
princípios e técnicas para uma agricultura orgânica sustentável. Brasília, DF:
Embrapa Informação Tecnológica; Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2005. p.
388-422.
______. Preparo do composto. Horticultura Brasileira,
v. 18, p. 56-64, jul. 2000.
PEIXOTO, R. T. dos G.; ALMEIDA, D. L. de; FRANCO, A. A. Adição de fosfatos
na compostagem de lixo urbano e disponibilidade residual de fósforo em sorgo
forrageiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 24, n. 5, p. 587-592, maio1989.
______. Compostagem de lixo urbano enriquecido com fontes de fósforo.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 24, n. 5, p. 599-606, maio 1989.
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crescimento e absorção de fósforo em feijoeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 22, n. 11/12, p. 1117-1132, nov./dez. 1987.
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