Descomplica Solos - Estudo do Solos #2

21 - Quais as principais características dos horizontes subsuperficiais do solo?
Apresentam, normalmente, cor amarelada e avermelhada e ainda cinza, em várias tonalidades; menor fertilidade; menor atividade biológica; baixo teor de matéria orgânica; entre outras.

22 - Quais documentos ou endereços eletrônicos em que posso conseguir informações sobre os diversos tipos de classes de solos existentes no Brasil?
Basta consultar na página da Embrapa, a Agência Embrapa de Informação Tecnológica - Ageitec, o link: www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/Abertura.html e acessar as informações sobre a diversidade de solos encontrados no Brasil, numa estrutura ramificada em forma de árvore hiperbólica, por hipertexto ou pelo serviço de busca (ZARONI, 2013).

23 - Tenho interesse em abrir um laboratório de análise de solo. O que devo fazer? Existe algum curso a ser feito?
Não há treinamento necessário para o empresário abrir e legalizar um laboratório de análises de solos. Será necessário um profissional que possa assumir a responsabilidade técnica junto ao Conselho Regional de Química - CRQ. Recomenda-se, no entanto, que contrate pessoal qualificado para o funcionamento do laboratório(técnicos em química, técnicos agrícolas) com um mínimo de experiência em análise de solos.

24 - A Embrapa possui um software para recomendação e interpretação de análise de solo?
Sugerimos consultar o software para interpretação de análise de solo no link www.agrosistemas.ufv.br. E sobre Gerenciamento Agrícola: www.emater.df.gov.br.

25 - Qual análise de solo e o tempo necessário para caracterizar uma determinada área de solo a fim de elaborar um Estudo de Impacto Ambiental - EIA?
Para a elaboração de um EIA-RIMA, o estudo deve abranger as descrições de perfis pedológicos da área de estudo. Nesse caso, as amostras devem ser caracterizadas quanto às propriedades químicas e físicas do solo, respeitando os diferentes horizontes. Essas análises devem complementar as informações contidas nas descrições morfológicas do perfil. A profundidade do perfil deve ser de no mínimo 150 cm ou até o encontro da rocha (material de origem) ou de presença de lençol freático. Além disso, análises complementares de fertilidade e de granulometria do solo (nas profundidades de 0 - 20 cm e 20 - 40 cm) podem ser feitas. O tempo para a realização dessas análises varia em torno de 30 dias.

26 - Existe procedimento específico para a entrada de amostras de solos no Brasil?
A Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa orienta que é necessário um documento oficial (laudo) do país de origem, informando que são amostras de solos para fins de pesquisa, para que o produto não fique preso na alfândega em uma possível quarentena para averiguação.

27 - Para fazer uma pesquisa com amostras de solo em outro país é preciso obter algum tipo de autorização?
A sugestão é se dirigir ao Departamento de Recursos Minerais - DRM e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa. Certamente será emitida uma autorização. Procure também se informar sobre a legislação do país para o caso, pois varia de país para país.

28 - O que é laterita?
O termo laterita é muito usado em geologia para designar uma formação superficial ferruginosa e aluminosa endurecida, e pode se referir ao produto residual da alteração que se realiza em qualquer tipo de rocha. Este termo também se refere ao solo fortemente lixiviado por intemperismo químico, pobre em nutrientes e com alta concentração residual de óxidos e hidróxidos de Ferro e de Alumínio. O processo que leva à formação da laterita denomina-se lateritização ou laterização e é típico de regiões de climas tropicais e sub-tropicais úmidos. A alta concentração residual acompanhada do ressecamento dos óxidos e hidróxidos de Fe e de Al, pouco solúveis, levam à formação de uma crosta laterítica muito resistente à erosão. Em Ciência do Solo o termo está em desuso. Para se referir às crostas e couraças ferruginosas, usa-se a denominação de Petroplintita.

29 - Qual e a relação do ciclo das rochas com a fertilidade
natural do solo?
A princípio não existe uma relação direta entre os dois assuntos, pois são temas de ambientes muito diferentes, relacionados aos domínios onde atuam os processos endógenos (responsáveis pela formação e transformação das rochas) e exógenos, que agem na crosta terrestre. Quando expostas na superfície da terra ou próximas à superfície, as rochas são submetidas à ação dos processos exógenos como o intemperismo. O produto de alteração das rochas oriundo do intemperismo, retrabalhado ou não, se constitui no material de origem dos solos, sobre o qual agirão os processos pedogenéticos na diferenciação dos horizontes e formação das diversas classes de solos conhecidas e classificadas no Sistema Brasileiro de Classificação. A fertilidade natural do solo diz respeito à sua capacidade de suprir os nutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas. A fertilidade natural se relaciona principalmente aos processos pedogenéticos atuantes na formação do solo. Pode ser influenciada pela natureza do material de origem e depende das interações entre as propriedades físicas, químicas, mineralógicas e biológicas do solo.

30 - Existe algum aparelho que indique o material existente
dentro do solo, como grafite, ferro, ouro, e outros minerais?
Não existe um aparelho de leitura direta assim. Descobrir minérios requer investimentos em pesquisa mineral, análises químicas e mineralógicas de solos e rochas, além de conhecimento geológico básico da região onde se quer atuar e autorização dos órgãos responsáveis.

31 - Podem sugerir sites para consultas específicas em
rochas?
Sugerimos consultar o Serviço Geológico do Brasil: www.cprm.gov.br e o Departamento Nacional de Produção Mineral: www.dnpm.gov.br.

Referências
ABAD BERJÓN, M.; NOGUERA MURRAY, P. Substratos para el cultivo sin suelo y fertirrigación. In:CADAHÍA LÓPEZ, C. (Coord.). Fertirrigación: cultivos hortícolas y ornamentales. Madrid: Mundi-Prensa, 1998. cap. 8. 475 p.

RANZANI, G. Manual de levantamento de solos. 2. ed. São Paulo: E. Blucher, 1969. 167 p.

Literatura recomendada
INACIO, C. de T.; MILLER, P. R. M. Compostagem: ciência e prática para a gestão de resíduos orgânicos. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2009. 156 p. il.

PEIXOTO, R. T. dos G. Compostagem: opção para o manejo orgânico do solo. Londrina: IAPAR, 1988. 48 p. (IAPAR. Circular, 57).

______. Compostagem: princípios, práticas e perspectivas em sistemas orgânicos de produção. In: AQUINO, A. M. de; ASSIS, R. L. de. (Ed.). Agroecologia: princípios e técnicas para uma agricultura orgânica sustentável. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica; Seropédica: Embrapa Agrobiologia, 2005. p. 388-422.

______. Preparo do composto. Horticultura Brasileira, v. 18, p. 56-64, jul. 2000.

PEIXOTO, R. T. dos G.; ALMEIDA, D. L. de; FRANCO, A. A. Adição de fosfatos na compostagem de lixo urbano e disponibilidade residual de fósforo em sorgo forrageiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 24, n. 5, p. 587-592, maio1989.

______. Compostagem de lixo urbano enriquecido com fontes de fósforo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 24, n. 5, p. 599-606, maio 1989.


______. Efeito do lixo urbano compostado com fosfato natural na nodulação, crescimento e absorção de fósforo em feijoeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 22, n. 11/12, p. 1117-1132, nov./dez. 1987.

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