Médicos brasileiros e argentinos suspeitam que inseticida de mosquito seja a causa da microcefalia
Com a relação proposta entre o vírus da zika e o surto de microcefalia no Brasil em recém-nascidos parecendo cada vez mais tênue, médicos latino-americanos estão propondo uma outra causa possível: o piriproxifeno, pesticida usado no Brasil desde 2014 para deter o desenvolvimento da larva do mosquito em tanques de água potável. Poderá a “cura” ser, na realidade, o veneno?
A reportagem é de Claire Robinson, publicada por GMWatch - The Ecologist, 10-02-2016. A tradução é de Isaque Gomes Correa.
As más-formações detectadas em milhares de crianças em mulheres grávidas que vivem em regiões onde o Estado brasileiro adicionou o piriproxifeno à água potável não são coincidências, muito embora o Ministério da Saúde ponha a culpa diretamente no vírus da zika.
A opinião da Organização Mundial da Saúde de que o surto de microcefalia na região Nordeste do país é causado pelos vírus da zika foi, até o momento, pouco questionada.
O ministro da Saúde brasileiro, Marcelo Castro, chegou a dizer que tem “100% de certeza” de que há uma ligação entre zika e microcefalia, um defeito de nascimento em que os bebês nascem com cabeças pequenas.
Essa visão é amplamente apoiada pela comunidade médica internacional, incluindo o influente Center for Disease Control, dos EUA. Mas não há fortes evidências desta relação. Em vez disso, existe uma mistura de indícios e provas circunstanciais.
Um dos estudos científicos centrais, feito por A. S. Oliveira Melo et al. e publicado na revista Ultrasound in Obstetrics & Gynecology, encontrou o vírus da zika nos fluídos amnióticos que afetaram bebês e suas mães. Mas somente duas mulheres foram examinadas, um número demasiado pequeno para estabelecer uma ligação estatisticamente significativa.
O jornal The New York Times também informou, em 3 de fevereiro, o resultado das análises feito pelo Ministério da Saúde do Brasil: “Dos casos examinados até agora, 404 foram confirmados como tendo microcefalia. Somente 17 deles testaram positivo para o vírus da zika. Mas o governo e muitos pesquisadores dizem que o número pode ser amplamente irrelevante, porque os testes feitos encontrariam a presença do vírus em somente uma minúscula porcentagem de casos”.
E, no último fim de semana, o indicador mais poderoso de que a microcefalia pode ter uma outra causa foi anunciada pelo presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, segundo reportagem do Washington Post. Autoridades colombianas de saúde pública até agora diagnosticaram, segundo Santos, 3.177 mulheres grávidas com o vírus da zika, mas em nenhum caso se observou microcefalia no feto.
Médicos argentinos: é o inseticida
Agora, um novo relatório foi publicado pela organização médica argentina Physicians in the Crop-Sprayed Towns –PCST (na sigla em inglês), que não apenas desafia a teoria de que a epidemia do vírus da zika no Brasil seja a causa do aumento de microcefalia em recém-nascidos, mas propõe uma explicação alternativa.
Segundo a PCST, o Ministério não conseguiu reconhecer que, na região onde vivem mais pessoas doentes, um larvicida químico que produz más-formações em mosquitos foi adicionado no fornecimento de água potável em 2014.
Este pesticida, o piriproxifeno, é fabricado pela Sumitomo Chemical, um “parceiro estratégico” japonês da Monsanto – empresa que estes médicos aprenderam a desconfiar devido ao grande volume de pesticidas dela pulverizados em terras agrícolas na Argentina.
O piriproxifeno é um inibidor de crescimento da larva do mosquito, que altera o processo de desenvolvimento desde a larva, passando pelo estágio da pupa até a fase adulta, assim gerando más-formações em mosquitos em desenvolvimento e matando ou incapacitando-os. O produto age como um hormônio juvenil de inseto, ou juvenoide, e tem o efeito de inibir o desenvolvimento das características do inseto adulto (por exemplo, asas e genitália externa madura) e o desenvolvimento reprodutivo.
O produto químico tem índices de risco relativamente baixos, possuindo uma baixa toxidade aguda. Testes feitos pelaSumitomo realizados em uma variedade de animais descobriu que ele não era um teratógeno (não causava defeitos de nascimento) nos mamíferos testados. No entanto, não se pode tomar essa conclusão como um indicador confiável dos seus efeitos nos seres humanos – especialmente diante das evidências em contrário.
A PCST comentou: “As más-formações detectadas em milhares de crianças de mãe grávidas que vivem em regiões onde o Estado brasileiro adicionou o piriproxifeno à água potável não são coincidências, muito embora o Ministério da Saúde coloque a culpa por este dano diretamente no vírus da zika”.
Eles também notaram que o zika tem sido tradicionalmente tomado como uma doença benigna que nunca antes esteve associada com defeitos de nascimento, mesmo em áreas onde ele infecta 75% da população.
Médicos brasileiros também suspeitam do piriproxifeno
O piriproxifeno é uma introdução relativamente nova ao meio ambiente brasileiro; o aumento da microcefalia é um fenômeno relativamente novo. O larvicida parece, portanto, um fator causativo plausível na microcefalia – muito mais do que mosquitos geneticamente modificados, os quais alguns têm culpado pela epidemia do zika e, consequentemente, pelos defeitos de nascimento.
O relatório do PCST, que também aborda a epidemia da febre da dengue no Brasil, concorda com os achados de um outro relatório sobre o surto do zika, este produzido por médicos brasileiros e pela organização de pesquisadores em saúde, Abrasco.
A Abrasco igualmente identifica o piriproxifeno como uma causa possível da microcefalia. Ela condena a estratégia do controle químico dos mosquitos portadores do zika, o que, dizem, está contaminando o meio ambiente bem como as pessoas e não está diminuindo o número de mosquitos.
Em vez disso, a Abrasco sugere que essa estratégia está, na realidade, orientada por interesses comerciais da indústria química, que, dizem, encontra-se profundamente inserida nos ministérios de Saúde latino-americanos, bem como na Organização Mundial da Saúde e na Organização Pan-Americana de Saúde.
A Abrasco identifica a empresa inglesa de insetos geneticamente modificados Oxitec como parte de um lobby corporativo que tem distorcido os fatos sobre o vírus da zika a fim de atender os seus próprios interesses. A Oxitec vende mosquitos geneticamente modificados para a esterilidade e os coloca no mercado como um produto de combate à doença – estratégia condenada pelos médicos argentinos como um “fracasso total, exceto para a empresa que fornece os mosquitos”.
Tanto os médicos brasileiros e argentinos quanto as associações de pesquisadores concordam que a pobreza é um fator-chave que está sendo negligenciado na epidemia em curso. A Abrasco condenou o governo brasileiro por sua “ocultação deliberada” das causas econômicas e sociais: “Na Argentina e em todo o continente, as populações mais pobres com menos acesso ao saneamento e à água potável sofrem mais com este surto epidêmico”. A PCST concorda, afirmando: “A base do progresso da doença encontra-se na desigualdade e na pobreza”.
A Abrasco acrescenta que a doença está estreitamente ligada à degradação ambiental: inundações causadas pelodesmatamento e o uso massivo de herbicidas em plantações de soja (geneticamente modificadas) tolerantes a herbicida. Em suma, “os impactos de indústrias extrativas”.
A noção de que a degradação ambiental pode ser um fator na difusão do zika encontra sustentação na visão de Dino Martins, Ph.D. Martins, que é entomologista queniano, diz que “a explosão dos mosquitos em áreas urbanas, que está levando adiante a crise do vírus da zika” é causada por uma “falta de diversidade natural que, do contrário, manteria as populações de mosquito sob controle e também pela proliferação de resíduos e a falta de locais para o despejo em algumas áreas que fornecem um habitat artificial para os mosquitos se reproduzirem”.
Ações de base comunitária
Os médicos argentinos acreditam que a melhor defesa contra o zika são “ações de base comunitária”. Um exemplo de tais ações acontece em El Salvador.
Um dos locais favoritos para a reprodução dos mosquitos portadores da doença são contêineres de armazenamento de água parada, ou caixas d’água. Os salvadorenhos começaram a manter peixes nesses ambientes; os peixes comem a larva do mosquito. Assim, a dengue se foi juntamente com o mosquito que transmite a doença. Até agora, não há nenhum caso de infecção do vírus da zika.
Programas simples porém eficazes como esse correm o perigo de serem negligenciados no Brasil em favor de programas de pulverização de pesticidas e da soltura de mosquitos geneticamente modificados, iniciativas apoiadas por empresas. A prática de pulverização ainda não foi comprovada, e os mosquitos geneticamente modificados podem estar causando prejuízos muito mais graves do que os mosquitos que estão sendo visados.
Declínio da população de abelhas ameaça agricultura, alerta ONU
Animais polinizadores são responsáveis por 5% a 8% da produção agrícola global
por O Globo, com Agências Internacionais
26/02/2016 9:04 / Atualizado 26/02/2016 9:30
A população de abelhas na Europa reduziu em 37% - Suzanne Plunkett / Reuters / REUTERS
RIO — As abelhas, borboletas e outras espécies importantes para a agricultura estão desaparecendo, e essa redução nas populações apresenta sério risco para a produção global de alimentos, alertou nesta semana o painel de biodiversidade das Nações Unidas. Em relatório, a Plataforma Intergovernamental Político-científica sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistemas (IPBES, na sigla em inglês) informou que a polinização animal é responsável por 5% a 8% da produção agrícola global por volume, gerando riquezas estimadas entre US$ 235 bilhões e 577 bilhões.
“Muitas abelhas selvagens e borboletas estão declinando em abundância, ocorrência e diversidade em escalas local e regional no Noroeste da Europa e na América do Norte”, afirmou o painel, destacando ainda que o declínio é registrado em outras partes do mundo e as possíveis causas incluem perda de habitat, pesticidas, poluição, espécies invasoras, doenças e mudanças climáticas.
Na Europa, 9% das espécies de abelhas e borboletas estão ameaçadas de extinção e as populações de abelhas declinaram em 37% e, entre as borboletas, a redução foi de 31%, aponta o painel. Em algumas regiões do continente, mais de 40% das espécies de abelhas estão ameaçadas. Por falta de dados, a análise não pode ser realizada na América Latina, Ásia e África, mas o mesmo processo deve estar acontecendo nestas regiões.
Os polinizações não insetos, como morcegos e pássaros, também estão diminuindo, com 16% dessas espécias ameaçadas de extinção em todo o mundo, aponta o painel.
SEM CAFÉ E CHOCOLATE
O relatório do IPBES, painel instituído em 2012 sob o comando da ONU para avaliar a situação dos ecossistemas e biodiversidade, não chegou a declarar uma ameaça em grande escala para a produção de alimentos, mas sublinhou a importância de proteger espécies polinizadoras para garantir a produção de frutos, grãos, leguminosos e outros vegetais, sobretudo frente ao desafio de aumentar a produção para alimentar a crescente população global.
— Sem os polinizadores, muitos de nós não poderíamos consumir café, chocolate ou maçãs, entre outros alimentos do dia a dia — disse Simon Potts, vice-presidente do IPBES, à agência France Press.
A polinização é a transferência de pólen entre as partes macho e fêmea das flores, o que permite a reprodução e consequente formação de frutos e sementes. Ao pousarem ou se alimentarem nas flores, pássaros e insetos carregam o pólen, que acaba sendo depositado na próxima flor que o animal visitar.
As principais lavouras globais, como arroz, trigo e outros grãos não dependem da polinização animal, mas plantações vulneráveis incluem praticamente a totalidade dos frutos e outros vegetais.
“As espécies dependentes das polinizações englobam a produção de muitas frutas, vegetais, sementes, nozes e óleos, que fornecem a maior proporção de micronutrientes, vitaminas e minerais da dieta humana”, diz o relatório.
Para minimizar os impactos e recuperar as populações de animais polinizadores, o IPBES recomenda melhor proteção dos ecossistemas, limitação do alcance da agricultura intensiva e a pesquisa por alternativas aos pesticidas. Além de maior atenção ao controle de patógenos e melhor regulação do manejo de populações de abelhas e outros polinizadores.
Custo de Produção de Hortaliças em Cultivo Orgânico
Cassiana Felipe de
Souza, Allana Ramony Batista Fernandes, Roberto de Sousa Nascimento, Jacinto de
Luna Batista
INTRODUÇÃO
A
agricultura orgânica faz parte do conceito abrangente de agricultura
alternativa e tem-se destacado como uma das alternativas de renda para os
pequenos agricultores, devido à crescente demanda mundial por alimentos mais
saudáveis (CAMPANHOLA e VALARINI, 2001).
Constitui-se
uma opção viável para a inserção dos pequenos agricultores no mercado, pois,
embora utilizem mais mão-deobra e apresentem menor produtividade que os
sistemas convencionais, mostram um desempenho econômico sempre melhor,
traduzido por menores custos efetivos, maiores relações benefício-custo e maiores
rendas efetivas (CARMO e MAGALHÃES, 1998, citado por CAMPANHOLA e VALARINI,
2001).
Segundo
Ormond et al. (2002), a agricultura orgânica é uma retomada do uso de antigas
práticas agrícolas, porém adaptando-as às mais modernas tecnologias de produção
agropecuária com o objetivo de aumentar a produtividade e causar o mínimo de
interferência nos ecossistemas, além de ser uma das alternativas para
viabilizar a pequena propriedade.
A
produção de hortaliças e legumes é parte importante da produção sob manejo
orgânico, mas
esses
produtos ocupam áreas relativamente pequenas em comparação com o volume obtido.
O caso das hortaliças é conseqüência da adequação do sistema de produção
orgânica às características de pequenas propriedades com gestão familiar, seja
pela diversidade de produtos cultivados em uma mesma área, seja pela menor
dependência de recursos externos, com maior utilização de mão-de-obra e menor
necessidade de capital (ORMOND et al, 2002).
Ainda
são muitos os entraves encontrados pelo produtor orgânico brasileiro,
constituindo barreiras à entrada neste mercado. Cabe ressaltar que cada cultura
e produção apresentam diferentes custos devido a diferentes dimensões,
características do solo, escala de produção etc (MACHADO E CORAZZA, 2004).
OBJETIVO
- Caracterizar o custo de produção de hortaliças orgânicas em uma propriedade na cidade de Areia-PB quanto às normas e práticas da agricultura orgânica.
METODOLOGIA
O trabalho foi
desenvolvido no mês de outubro de 2009 em uma propriedade agroecológica no
município de Areia,
situado na Microrregião do Brejo Paraibano (Latitude 6°58’07’’ S, longitude
35°44’03’’). Foi adotada a metodologia de entrevista com o proprietário Cícero
Ursulino, o qual destina 0,5 ha para produção de hortaliças orgânicas. Os dados
coletados da entrevista foram avaliados e submetidos a uma análise por meio de
planilha eletrônica (Excel da Microsoft).
RESULTADOS E
DISCUSSÃO
As despesas por mês,
com a produção de hortaliças em cultivo orgânico, em uma propriedade
agroecológica do
município de Areia-PB estão apresentadas na figura 1. Observa-se uma maior
despesa nos tratos culturais/plantio (34%) e uma menor despesa com a colheita
(13%). Apesar de serem manuais os tratos culturais demandam tempo e dinheiro,
já que o dono da propriedade paga diárias no valor de $ 15,00. A colheita é
realizada em um período 08 dias inferior a dos tratos culturais/plantio e por
isso torna-se mais barata.
As sementes que
compreendem 16% das despesas são adquiridas em casas especializadas para a
revenda. O adubo representado pelos estercos de vaca e de cabra e pela cama de
frango engloba 23% das despesas e os 14% de custos restantes são devido ao
transporte dos produtos até o consumidor.
FIGURA 1: Distribuição das despesas da produção de
hortaliças orgânicas por mês. Areia-PB, Outubro de 2009.
Observa-se na figura
2 o ganho percentual por mês com a venda de hortaliças orgânicas em uma propriedade
agroecológica do município de Areia-PB. A receita do coentro (36%) faz com que
este se destaque
como principal produto agroecológico na rentabilidade da produtividade orgânica
desta propriedade. E segundo lugar destaca-se a couve-flor com 30% do montante
da receita do produtor. A couve-folha apesar de apresentar o mesmo preço de
revenda do coentro é produzida em baixa escala, sendo pouco significativa na
produção orgânica da propriedade.
FIGURA 2: Distribuição da receita da produção de
hortaliças orgânicas. Areia-PB, Outubro de 2009.
Ao analisar economicamente
a produção orgânica de hortaliças (Figura 3) verifica-se que a receita obtida
com a venda dos produtos cobre as despesas de produção. Dessa maneira, o
produtor obtém uma boa margem de lucro podendo contar com uma fonte segura de
renda por mês. Isso se deve principalmente a preocupação de inspeção da área,
realizando quando necessárias pulverizações com inseticidas naturais.
FIGURA 3: Análise econômica da produção de hortaliças
orgânicas. Areia-PB, Outubro de 2009
CONCLUSÕES
Apesar da redução de
lucros de atividades agrícolas com a industrialização, a agricultura orgânica mostra-se
como uma atividade lucrativa e com mercado garantido; A agricultura orgânica
além de banir o uso de produtos químicos nos alimentos, diminui os custos de
produção, aumenta a oferta de emprego e diminui o êxodo rural.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMPANHOLA,
C.; VALARINI, P.J. A agricultura orgânica e seu potencial para o pequeno
agricultor. Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v.18, n.3,
p.69-101, set./dez.
MACHADO,
F. G.; CORAZZA R. I. Desafios tecnológicos, organizacionais e financeiros da agricultura
orgânica no Brasil. Revista de la Facultad de Economía, BUAP, Ano IX, Número
26, Mayo-Agosto de 2004.
Ormond.J.G.P.;
Lima de Paula,S.R.; Faveret Filho,P.; Rocha,L.T.M. Agricultura Orgânica: Quando
o Passado é Futuro. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 15, p. 3-34, mar. 2002
BANCO DE PROTEÍNA PARA O SEMIÁRIDO
A sustentabilidade dos agrossistemas
familiares no Curimataú paraibano, assim como no restante do semiárido
nordestino, é um dos aspectos atuais mais relevantes para a região. Entretanto,
o cultivo agrícola e a retirada dos restos culturais após a colheita, sem
adoção de práticas que visem à reposição de nutrientes, podem causar a
degradação das propriedades físicas, químicas e biológicas dos solos. Nessa
região estes efeitos são mais intensos em razão das altas temperaturas associadas
com a disponibilidade de água durante a época chuvosa do ano, resultam em altas
taxas de decomposição dos restos vegetais e da matéria orgânica do solo.
Estudos recentes têm demonstrado que a
preservação ou o plantio de espécies nativas ou introduzidas podem contribuir
para a preservação e recuperação da fertilidade do solo em campos agrícolas
semiárido nordestino. Atrelado a esses fatores é imprescindível a utilização de
espécies que sirvam, além de contribuir com as características mencionadas acima,
também de suporte forrageiro tendo um alto valor protéico.
Várias são as plantas forrageiras que
possuem essas características, possuírem também uma alta capacidade de produzir
biomassa e tenham um elevado índice protéico em condições de baixa disponibilidade
hídrica no semiárido, porém o projeto visa à propagação de espécies de maior
rusticidade, disponibilidade na região e de rápida propagação. As espécies
trabalhadas no banco de proteína serão: maniçoba, leucena e gliricidia.
MANIÇOBA
Nativa da caatinga e possui grande
resistência a seca, devido ao acúmulo de reservas em seu sistema radicular.
Desenvolve-se na maioria dos solos, podendo ser considerada um recurso
forrageiro de boa qualidade.
A maniçoba possui em sua composição quantidades
variáveis de determinadas substâncias que dão origem ao ácido cianídrico; por
isso, seu consumo deve ser, preferencialmente, na forma de feno.
O primeiro corte para fenação pode ser feito
no segundo ano após o plantio e deverá ser triturada em máquina forrageira
convencional e espalhada em camadas finas para secarem sob a ação do sol e do
vento. Em dois ou três dias o material estará pronto para armazenamento.
Produtividade por área: 4 a 5 toneladas de matéria seca/ha;
·
Forma de plantio: 7 cm de profundidade com 4 a 6
sementes por cova;
·
Consumo: 12 a 15 kg de sementes/ ha;
·
Proteína bruta: 20,5 a 22%;
·
Longevidade: mais de15 anos;
·
Espaçamento: 1m entre linhas por 1m entre
plantas;
·
Propagação: sementes e estacas;
LEUCENA
Forrageira altamente palatável e de grande
valor nutritivo. A folhagem e os frutos mais novos chegam a apresentar teores
protéicos de 35%, além de ser melhoradora de solo, semelhante ao guandu. Por
possuir um profundo sistema radicular, é tolerante à seca, concentrando a maior
parte de sua produção de matéria seca na estação chuvosa. Alguns trabalhos têm
mostrado que a ensilagem em tambores é a maneira mais eficiente e de baixo
custo para o produtor. A silagem de leucena não deve ser considerada e
utilizada como alimento volumoso energético, mas como suplemento protéico.
·
Espaçamento: 3,00m x 1,00m ou 2m x 1,0m;
·
Consórcio: maniçoba, melancia forrageira, etc;
·
Proteína bruta: 21 a 23%;
·
Produtividade média: 5 toneladas/ha;
·
Forma de utilização: feno, silagem ou pastejo
direto.
GLIRICIDIA
Planta resistente à seca e bem adaptada para
a região nordeste do Brasil. Pelas suas múltiplas potencialidades, a gliricídia
é uma opção para as pequenas propriedades rurais podendo ser utilizada como
forragem na alimentação animal, como adubo verde, como árvore de sombra e
recuperadora de solos em sistemas agroflorestais, como moirão em cercas vivas
e, como lenha para gerar calor.
A principal vantagem da gliricídia com
relação à outras plantas ricas em proteina como a leucena, é a facilidade com
que pode ser estabelecida, tendo em vista que, além das possibilidades do
plantio por mudas ou diretamente por sementes.
·
Espaçamento: 3,00m x 2,00m ou 2,00m x 2,00m;
·
Propagação: Sementes ou estaquia;
·
Proteína bruta: 20,5 a 21%
·
Produtividade média: 5 a 20 toneladas de matéria
seca/ha/ano;
Curso de Elaboração de Projetos do PRONAF
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF é um programa que tem como função crédito pra agricultores familiares elaborarem executarem projetos, sendo portanto uma área de atuação para novos profissionais. O curso será teórico- prático de elaboração de projetos do PRONAF, cujo objetivo é abordar a elaboração completa dos PRONAF linhas Agroecologia, Semiárido e Pronaf A, abordando a documentação necessária, a Elaboração e a Submissão
Ministrante:
Eng. Agrônomo Roberto de Sousa Nascimento, Mestre em Ciência do Solo pela Universidade Federal da Paraíba.
Aula Inaugural - Licenciatura em Ciências Agrícolas - 2016/2
Convidamos a todos/as a participar da Aula Inaugural da Licenciatura em Ciências Agrícolas, no dia 10 de agosto de 2016, às 18:30hs, na Sala 6B, do Departamento de Educação, Bloco B.
O tema será: Os desafios da agroecologia na formação do educador do/no campo, e contaremos com a participação de Flávio Duarte, agrônomo agroecologista, Vice-presidente Nordeste da Associação Brasileira de Agroecologia.
Contamos com a participação de todos/as!
Agenda 21 – #Unidade 1 (Definições e Conceito do Tema: Mudanças Climática e Desenvolvimento sustentável)
A Agenda 21 é um
plano de ação que visa alcançar os objetivos do desenvolvimento sustentável,
resultante da consolidação de relatórios, protocolos e outros documentos,
durante vários anos. Podemos dizer que o objetivo principal da Agenda 21 é o de
promover o desenvolvimento sustentável.
É um documento
bastante interessante, pois contou com a participação de todos os envolvidos e
seu principal objetivo é a elaboração e implantação de ações orientadas para o
desenvolvimento sustentável. A Agenda 21 foi construída conjuntamente por 179
países, com a participação de governos e instituições da sociedade, num
processo que durou dois anos e terminou com a realização da Conferência das Nações
Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), em 1992, no Rio de
Janeiro, também conhecida por ECO-92, embora em seu texto estejam incluidos
temas abordados encontros como as convenções sobre Biodiversidade e Mudanças
Climáticas.
Além da Agenda 21,
resultaram desse processo quatro outros acordos:
• Declaração do Rio
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
• Declaração de
Princípios sobre o uso das florestas.
• Convenção das
Nações Unidas sobre Diversidade Biológica.
• Convenção das
Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
A Agenda 21 está
voltada para os problemas atuais e tem por objetivo preparar o mundo para os
desafios do próximo século. Seu texto reflete o compromisso com o
desenvolvimento e o respeito ao meio ambiente pautado na cooperação. Para
alcançar seu objetivo conta com a efetiva participação dos governos, seus
planos e políticas públicas, pensados e executados de acordo com as diretrizes
traçadas pelas Nações Unidas.
Agenda 21 brasileira
A Agenda 21
Brasileira é um instrumento resultante de ampla consulta à população voltado ao
desenvolvimento sustentável, que busca compatibilizar a conservação ambiental,
a justiça social e o crescimento econômico. Esse documento foi construído a
partir das diretrizes da Agenda 21 global e representa instrumento fundamental para
a construção da democracia ativa e da cidadania participativa no país.
A construção da
Agenda 21 Brasileira se deu de 1996 a 2002 e foi coordenada pela Comissão de
Políticas de Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS),
processo que envolveu cerca de 40.000 pessoas de todo o Brasil. O documento
Agenda 21 Brasileira foi concluído em 2002 e a partir de 2003, entrou na fase
de implementação e foi elevada à condição de Programa do Plano Plurianual (PPA
2004-2007), adquirindo força política e institucional.
A Agenda 21
Brasileira tem enorme importância para a construção do Brasil Sustentável e
está de acordo com as diretrizes ambientais: transversalidade, desenvolvimento sustentável,
fortalecimento do Sisnama e participação social adotando para isso referenciais
importantes como a Carta da Terra.
Agenda 21 Local
A Agenda 21 Local
serve para alcançar os objetivos propostos na Agenda 21 Nacional publicada no
ano de 2002, com o intuito de tornar os Municípios e as localidades mais
humanas e saudáveis. Permite a organização da comunidade, que tem a possibilidade
de aprender, discutir, identificar suas potencialidades e dificuldades e ainda,
propor soluções que resultem em uma vida melhor.
A construção da
Agenda 21 Local não é uma tarefa única do poder público, mas uma
responsabilidade de toda a sociedade, que se traduz no compromisso de cada
cidadão com a qualidade de vida do seu bairro, da sua cidade, e do planeta. É através
da participação efetiva da sociedade que desafios serão enfrentados e superados,
para que o desenvolvimento local seja atingido responsavelmente. Para isso, as
cidades têm a responsabilidade de implementar as Agendas 21 Locais, através de um
processo participativo voltado para a elaboração de um plano de ação para o desenvolvimento
sustentável de cada Município.
O Estado do Ceará
criou em 19 de agosto de 2005, o seu Programa Agenda 21, através do Decreto Nº
50/2005, que estabelece em seu primeiro artigo: “Fica criado, no âmbito do
Estado do Ceará, o Programa Agenda 21, com o objetivo de facilitar as ações necessárias
às políticas públicas voltadas para a implementação do desenvolvimento sustentável
no Estado do Ceará, por meio de um processo participativo e contínuo.”
O Ceará e as Mudanças Climáticas
Mudanças climáticas: sinais no Nordeste
Como avaliar a
dimensão das mudanças climáticas e os impactos que terão na paisagem e na vida?
Uma das formas é identificar processos que confirmem essas alterações. No
Nordeste, alguns indicadores estão sendo estudados no rio Jaguaribe e no litoral.
A busca por variações
de características da paisagem – ou ‘indicadores’ – que possam confirmar a
ocorrência das mudanças climáticas globais é um passo essencial para definir, caracterizar
e quantificar as consequências desse fenômeno sobre o meio ambiente.
Esses indicadores
permitirão avaliar a vulnerabilidade dos ecossistemas naturais às alterações do
clima e o efeito sobre atividades humanas que dependem da integridade desses
sistemas. Assim, será possível elaborar modelos capazes de prever as transformações
vividas pelo planeta e sugerir as necessárias adaptações.
Indicadores
significativos têm sido identificados e estudados em várias partes do mundo, em
particular em áreas extremas, como regiões polares e altas cadeias de
montanhas. Entre eles estão a velocidade do desaparecimento de geleiras e
calotas polares, a diminuição dos mantos de gelo da Groenlândia e da Antártida
e variações de temperatura na atmosfera e nos oceanos.
Alterações na
distribuição de espécies sensíveis, e mesmo sua extinção, também têm sido
relacionadas às mudanças climáticas. O último relatório do Painel Intergovernamental
sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), de 2007, traz muitos
exemplos. No entanto, apesar da variedade de biomas e ecossistemas e da imensa
biodiversidade brasileira, dados consistentes sobre indicadores de mudanças do
clima no Brasil ainda são escassas.
Interface continente-oceano
As áreas de interface
entre diferentes ecossistemas, chamadas de ecótonos, estão entre as mais
suscetíveis aos efeitos das alterações climáticas globais. Uma das que reagem
com maior rapidez a essas mudanças é a interface continente-oceano, já que suas
características dependem de diversos fatores afetados pelo clima, em particular
a elevação do nível do mar e as variações do fluxo dos rios (devidas ao regime de
chuvas), que influenciam a estabilidade da costa e o equilíbrio entre erosão e sedimentação.
O reconhecimento da
importância dessas áreas para entender como ambientes locais são afetados pelas
mudanças do clima levou o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de
Transferência de Materiais Continente-Oceano, projeto sediado na Universidade
Federal do Ceará (UFC), a realizar estudos para identificar, caracterizar e
quantificar indicadores desses impactos.
Estudo recente sobre
a erosão e o aporte de sedimentos (progradação) na linha de costa no litoral
brasileiro, patrocinado pelo Ministério do Meio Ambiente, sugeriu o litoral do
semiárido, no Nordeste, como particularmente vulnerável às mudanças do clima. A
pequena vazão dos rios do semiárido reduz a descarga de sedimentos no mar e
facilita a erosão costeira. Os efeitos dessa característica natural são
reforçados pela redução do volume de chuvas registrada nas últimas décadas na
região, prevista em relatórios do IPCC e recentemente confirmada por estudos da
Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme). Além disso, a construção de
barragens reduz ainda mais a vazão desses rios.
Esses processos
alteram a capacidade de transportar sedimentos dos rios e dos ventos e as
características das calhas fluviais, o que afeta a linha de costa, e por isso podem
ser relacionadas às mudanças climáticas.
Três indicadores
decorrentes dessas alterações vêm sendo pesquisados pela equipe do projeto: i)
deslocamento de dunas de areia, ii) formação de ilhas e alargamento de praias
fluviais (que resultam no aumento da área de manguezais) e iii) variação da
linha de costa. Imagens de satélite e estudos de campo permitiram modelar como
esses indicadores variaram nos últimos 40 anos, quando as mudanças climáticas
globais supostamente se intensificaram.
Desenvolvimento Sustentável – #Unidade 1 (Definições e Conceito do Tema: Mudanças Climática e Desenvolvimento sustentável)
Você já deve ter
ouvido falar que o mundo precisa de ações voltadas ao desenvolvimento
sustentável. Mas afinal de contas, o que essa expressão significa? Para que
seja possível compreender essa ideia tão difundida e comentada na atualidade é
preciso explicar o significado da palavra sustentável. Dizemos que um sistema é
sustentável quando pode permanecer indefinidamente, sem esgotar os recursos
energéticos ou materiais necessários para que ele funcione.
Em outras palavras o
conceito de sustentabilidade está relacionado à capacidade de qualquer sistema
de se recompor para continuar funcionando plenamente. Podemos aqui dar como
exemplo uma floresta com suas árvores, animais, solo, microrganismos, rios,
rochas e tudo que faz parte desse sistema. Se cortarmos as árvores de forma
contínua e não planejada, além de alterar a capacidade de regeneração da
floresta, fatalmente ela vai deixar de existir.
Desta forma, desenvolvimento
sustentável é a forma inteligente de utilizar os recursos naturais do nosso
planeta, visando o crescimento e desenvolvimento humano e a melhoria da
qualidade de vida, sem que faltem recursos para as gerações futuras e sem fazer
com que a natureza entre em um desequilíbrio ainda maior.
Imagine que você tem
em sua casa um cajueiro. Basta tirar um caju, que outros dois nascem. Certo
dia, todos os seus amigos aparecem para pegar as frutas também. Resolvem subir
na árvore para colher mais. Constroem um piso de cerâmica ao redor para não
pisar na terra fofa. Impermeabilizam o solo. Quebram seus galhos. Jogam veneno para
matar as abelhas que polinizam as flores do cajueiro, pois elas são
desagradáveis. A árvore quase morre - e para de dar frutos. Mas isso não
importa, pois outros cajueiros existem e vão servir da mesma forma para serem
abandonados depois. Essa história ilustra o que acontece com a natureza nos
dias de hoje.
Fazendo uma analogia
podemos dizer que desenvolvimento sustentável é o nome que se dá quando você
colhe o caju, mas respeita a árvore e dá o tempo necessário para que ela possa
se refazer e produzir mais frutos outra vez.
O mesmo se aplica a todos os
outros recursos naturais da Terra. Devemos usálos com sabedoria, dando tempo à
natureza para se recompor, não porque somos bons ou responsáveis pelo planeta,
mas porque fazemos parte desse complexo sistema e precisamos sobreviver e
perpetuar nossa espécie, que depende de uma enorme quantidade de fatores para
existir!
Os seres humanos durante muitos
anos, utilizaram os recursos naturais como se fossem inesgotáveis. Mas, ao
contrário do que sempre ouvimos, os benefícios da natureza, como a água e o
solo são finitos e podem se esgotar, assim como os cajus do cajueiro.
Todos os dias escutamos nos meios
de comunicação notícias que informam sobre problemas relacionados à falta de
água e de alimento. Em muitas regiões a água é considerada um recurso precioso
por ser escassa, e se o cenário não mudar esse líquido poderá ser motivo de
guerras entre países em um futuro próximo.
O desenvolvimento sustentável
pode ser comparado a uma “poupança da natureza”, ou seja, retira-se certa
quantidade de recursos naturais, mas se deixa uma quantia suficiente para “render”.
De forma simples, podemos dizer
que é uma nova forma de pensar o que é se desenvolver, pois de que adianta ser
um país desenvolvido, se os recursos básicos como o ar que respiramos, a água
que nos faz vivos, ou os alimentos que ingerimos estiverem escassos ou
contaminados?
Apesar de parecer complicado,
diversas ações, como a coleta seletiva de lixo, a economia de água, a
instituição de leis ambientais efetivas, a fiscalização por parte da sociedade
de atos incompatíveis com a saúde do planeta, podem resultar em sustentabilidade,
e cada um de nós pode colocá-las em prática.
O desenvolvimento sustentável
pode ser dividido em seis aspectos principais que têm a finalidade de:
• Dar educação, saúde,
alimentação e lazer para a população.
• Preservar o meio ambiente, para
que as futuras gerações tenham condições de viver.
• Estimular a participação das
pessoas na conservação do meio ambiente.
• Conservar alguns recursos
naturais, como a água, as florestas e o oxigênio.
• Diminuir o preconceito, a
tortura com os índios, e a miséria.
• Criar programas educativos.
O conceito de desenvolvimento
sustentável surgiu com o intuito de definir estratégias mundiais para a
conservação da natureza. E para isso era necessário, e ainda é, levar os
indivíduos a pensar e agir, para preparar um mundo cheio de desafios pela
frente. A origem do conceito de sustentabilidade remonta ao ano de 1987, quando
a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, no
famoso relatório Brundtland, discute o futuro comum dos habitantes da Terra. Também
na ECO-92, Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro, a
sustentabilidade se tornou princípio fundamental e parâmetro para a Agenda 21.
Em 2002, Cúpula Mundial sobre
Desenvolvimento Sustentável, chamada também de Rio+10, que aconteceu em
Johanesburgo, amplia as discussões encima dos três eixos da sustentabilidade:
desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental,
entendendo que esses fatores são interdependentes e caminham lado a lado, de
forma homogênea.
O tripé da sustentabilidade ficou
também conhecido como os 3 Ps, que significam People, Planet and Proift. Em
português, denomina-se PPL e corresponde à pessoas, planeta e lucro. O conceito
de sustentabilidade pode ser aplicado para um país ou para o próprio planeta,
mas também para o seu bairro ou sua casa.
Aqui surge uma questão
fundamental: o desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres,
mas o caminho a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos países desenvolvidos,
pois caso os países em desenvolvimento busquem os padrões das sociedades mais
desenvolvidas, o consumo de combustíveis fósseis aumentaria 10 vezes e a
utilização de recursos minerais, 200 vezes.
A educação para uma vida
sustentável tem como principal papel o desenvolvimento da consciência
ambiental, pois a humanidade tem interferido continuamente no espaço natural e
geográfico, alterando o solo, a vegetação, o curso natural de rios, o relevo, o
clima, etc., para construir fábricas, cultivar terras, instalar habitações, o
que tem levado a enormes prejuízos ambientais.
Resumidamente o desenvolvimento
sustentável prevê um modelo de desenvolvimento em um mundo que se sustenta, ou
seja, que leva em conta não só o fator econômico, mas também a melhoria de vida
das pessoas e o respeito ao meio ambiente.
A ideia desse modelo é utilizar
os recursos da natureza sem destruí-la, respeitando sua capacidade de suporte,
para que tudo que podemos usufruir hoje continue existindo para as gerações
futuras, como a água, as plantas, etc.
Mais do que isso, é muito
importante refletir sobre o significado da palavra desenvolvimento, pois de
nada adianta um crescimento irresponsável, que não leva em consideração na sua
economia o valor dos bens ambientais. Lembre-se precisamos dos recursos
naturais para garantir a permanência da nossa espécie nesse planeta!
A participação das empresas nesse processo
A participação das
empresas no desenvolvimento sustentável é fundamental para a construção de uma
sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. As empresas que pensam
nisso são responsáveis e contribuem para a prosperidade econômica, a qualidade
ambiental e o capital social.
A responsabilidade
social por parte das empresas é um conceito bastante difundido, principalmente
nos países desenvolvidos, devido às exigências dos consumidores, da sociedade,
mas principalmente pela existência de leis e regras comerciais que exigem o
respeito ao meio ambiente, através da produção de artefatos mais seguros, menos
nocivos à natureza, assim como o cumprimento de normas trabalhistas em todos os
locais de produção e em toda a cadeia produtiva.
A responsabilidade
social é fundamental para a sustentabilidade das organizações e traz vários
benefícios para as empresas. Por isso, algumas delas têm investido na aplicação
dos princípios da chamada eco-eficiência, que visa melhorar a utilização dos
recursos e a redução dos prejuízos e custos ambientais. Dentre as vantagens econômicas
diretas e indiretas, podemos destacar:
• A produção de menos
resíduos
• O cumprimento de
regras de ética social e de cuidados ambientais na promoção dos seus produtos
como fator de concorrência.
• A transmissão de
confiança ao consumidor divulgando voluntariamente o seu desempenho ambiental.
As empresas que
praticam o desenvolvimento sustentável têm a tendência a crescer, por meio de
propagandas que ressaltam a responsabilidade ambiental e agradam ao público em
geral. Desta forma, a responsabilidade social empresarial se constitui um
elemento importante para o desenvolvimento dos negócios, estabelecendo relações
positivas com todas as partes interessadas. Isso determina, não somente uma
tendência à adoção de novas posturas em relação às questões éticas, mas também
uma melhor qualidade da relação empresa-sociedade.
Assinar:
Postagens (Atom)