Você já deve ter
ouvido falar que o mundo precisa de ações voltadas ao desenvolvimento
sustentável. Mas afinal de contas, o que essa expressão significa? Para que
seja possível compreender essa ideia tão difundida e comentada na atualidade é
preciso explicar o significado da palavra sustentável. Dizemos que um sistema é
sustentável quando pode permanecer indefinidamente, sem esgotar os recursos
energéticos ou materiais necessários para que ele funcione.
Em outras palavras o
conceito de sustentabilidade está relacionado à capacidade de qualquer sistema
de se recompor para continuar funcionando plenamente. Podemos aqui dar como
exemplo uma floresta com suas árvores, animais, solo, microrganismos, rios,
rochas e tudo que faz parte desse sistema. Se cortarmos as árvores de forma
contínua e não planejada, além de alterar a capacidade de regeneração da
floresta, fatalmente ela vai deixar de existir.
Desta forma, desenvolvimento
sustentável é a forma inteligente de utilizar os recursos naturais do nosso
planeta, visando o crescimento e desenvolvimento humano e a melhoria da
qualidade de vida, sem que faltem recursos para as gerações futuras e sem fazer
com que a natureza entre em um desequilíbrio ainda maior.
Imagine que você tem
em sua casa um cajueiro. Basta tirar um caju, que outros dois nascem. Certo
dia, todos os seus amigos aparecem para pegar as frutas também. Resolvem subir
na árvore para colher mais. Constroem um piso de cerâmica ao redor para não
pisar na terra fofa. Impermeabilizam o solo. Quebram seus galhos. Jogam veneno para
matar as abelhas que polinizam as flores do cajueiro, pois elas são
desagradáveis. A árvore quase morre - e para de dar frutos. Mas isso não
importa, pois outros cajueiros existem e vão servir da mesma forma para serem
abandonados depois. Essa história ilustra o que acontece com a natureza nos
dias de hoje.
Fazendo uma analogia
podemos dizer que desenvolvimento sustentável é o nome que se dá quando você
colhe o caju, mas respeita a árvore e dá o tempo necessário para que ela possa
se refazer e produzir mais frutos outra vez.
O mesmo se aplica a todos os
outros recursos naturais da Terra. Devemos usálos com sabedoria, dando tempo à
natureza para se recompor, não porque somos bons ou responsáveis pelo planeta,
mas porque fazemos parte desse complexo sistema e precisamos sobreviver e
perpetuar nossa espécie, que depende de uma enorme quantidade de fatores para
existir!
Os seres humanos durante muitos
anos, utilizaram os recursos naturais como se fossem inesgotáveis. Mas, ao
contrário do que sempre ouvimos, os benefícios da natureza, como a água e o
solo são finitos e podem se esgotar, assim como os cajus do cajueiro.
Todos os dias escutamos nos meios
de comunicação notícias que informam sobre problemas relacionados à falta de
água e de alimento. Em muitas regiões a água é considerada um recurso precioso
por ser escassa, e se o cenário não mudar esse líquido poderá ser motivo de
guerras entre países em um futuro próximo.
O desenvolvimento sustentável
pode ser comparado a uma “poupança da natureza”, ou seja, retira-se certa
quantidade de recursos naturais, mas se deixa uma quantia suficiente para “render”.
De forma simples, podemos dizer
que é uma nova forma de pensar o que é se desenvolver, pois de que adianta ser
um país desenvolvido, se os recursos básicos como o ar que respiramos, a água
que nos faz vivos, ou os alimentos que ingerimos estiverem escassos ou
contaminados?
Apesar de parecer complicado,
diversas ações, como a coleta seletiva de lixo, a economia de água, a
instituição de leis ambientais efetivas, a fiscalização por parte da sociedade
de atos incompatíveis com a saúde do planeta, podem resultar em sustentabilidade,
e cada um de nós pode colocá-las em prática.
O desenvolvimento sustentável
pode ser dividido em seis aspectos principais que têm a finalidade de:
• Dar educação, saúde,
alimentação e lazer para a população.
• Preservar o meio ambiente, para
que as futuras gerações tenham condições de viver.
• Estimular a participação das
pessoas na conservação do meio ambiente.
• Conservar alguns recursos
naturais, como a água, as florestas e o oxigênio.
• Diminuir o preconceito, a
tortura com os índios, e a miséria.
• Criar programas educativos.
O conceito de desenvolvimento
sustentável surgiu com o intuito de definir estratégias mundiais para a
conservação da natureza. E para isso era necessário, e ainda é, levar os
indivíduos a pensar e agir, para preparar um mundo cheio de desafios pela
frente. A origem do conceito de sustentabilidade remonta ao ano de 1987, quando
a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, no
famoso relatório Brundtland, discute o futuro comum dos habitantes da Terra. Também
na ECO-92, Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, ocorrida no Rio de Janeiro, a
sustentabilidade se tornou princípio fundamental e parâmetro para a Agenda 21.
Em 2002, Cúpula Mundial sobre
Desenvolvimento Sustentável, chamada também de Rio+10, que aconteceu em
Johanesburgo, amplia as discussões encima dos três eixos da sustentabilidade:
desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental,
entendendo que esses fatores são interdependentes e caminham lado a lado, de
forma homogênea.
O tripé da sustentabilidade ficou
também conhecido como os 3 Ps, que significam People, Planet and Proift. Em
português, denomina-se PPL e corresponde à pessoas, planeta e lucro. O conceito
de sustentabilidade pode ser aplicado para um país ou para o próprio planeta,
mas também para o seu bairro ou sua casa.
Aqui surge uma questão
fundamental: o desenvolvimento econômico é vital para os países mais pobres,
mas o caminho a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos países desenvolvidos,
pois caso os países em desenvolvimento busquem os padrões das sociedades mais
desenvolvidas, o consumo de combustíveis fósseis aumentaria 10 vezes e a
utilização de recursos minerais, 200 vezes.
A educação para uma vida
sustentável tem como principal papel o desenvolvimento da consciência
ambiental, pois a humanidade tem interferido continuamente no espaço natural e
geográfico, alterando o solo, a vegetação, o curso natural de rios, o relevo, o
clima, etc., para construir fábricas, cultivar terras, instalar habitações, o
que tem levado a enormes prejuízos ambientais.
Resumidamente o desenvolvimento
sustentável prevê um modelo de desenvolvimento em um mundo que se sustenta, ou
seja, que leva em conta não só o fator econômico, mas também a melhoria de vida
das pessoas e o respeito ao meio ambiente.
A ideia desse modelo é utilizar
os recursos da natureza sem destruí-la, respeitando sua capacidade de suporte,
para que tudo que podemos usufruir hoje continue existindo para as gerações
futuras, como a água, as plantas, etc.
Mais do que isso, é muito
importante refletir sobre o significado da palavra desenvolvimento, pois de
nada adianta um crescimento irresponsável, que não leva em consideração na sua
economia o valor dos bens ambientais. Lembre-se precisamos dos recursos
naturais para garantir a permanência da nossa espécie nesse planeta!
A participação das empresas nesse processo
A participação das
empresas no desenvolvimento sustentável é fundamental para a construção de uma
sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. As empresas que pensam
nisso são responsáveis e contribuem para a prosperidade econômica, a qualidade
ambiental e o capital social.
A responsabilidade
social por parte das empresas é um conceito bastante difundido, principalmente
nos países desenvolvidos, devido às exigências dos consumidores, da sociedade,
mas principalmente pela existência de leis e regras comerciais que exigem o
respeito ao meio ambiente, através da produção de artefatos mais seguros, menos
nocivos à natureza, assim como o cumprimento de normas trabalhistas em todos os
locais de produção e em toda a cadeia produtiva.
A responsabilidade
social é fundamental para a sustentabilidade das organizações e traz vários
benefícios para as empresas. Por isso, algumas delas têm investido na aplicação
dos princípios da chamada eco-eficiência, que visa melhorar a utilização dos
recursos e a redução dos prejuízos e custos ambientais. Dentre as vantagens econômicas
diretas e indiretas, podemos destacar:
• A produção de menos
resíduos
• O cumprimento de
regras de ética social e de cuidados ambientais na promoção dos seus produtos
como fator de concorrência.
• A transmissão de
confiança ao consumidor divulgando voluntariamente o seu desempenho ambiental.
As empresas que
praticam o desenvolvimento sustentável têm a tendência a crescer, por meio de
propagandas que ressaltam a responsabilidade ambiental e agradam ao público em
geral. Desta forma, a responsabilidade social empresarial se constitui um
elemento importante para o desenvolvimento dos negócios, estabelecendo relações
positivas com todas as partes interessadas. Isso determina, não somente uma
tendência à adoção de novas posturas em relação às questões éticas, mas também
uma melhor qualidade da relação empresa-sociedade.
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