A sustentabilidade dos agrossistemas
familiares no Curimataú paraibano, assim como no restante do semiárido
nordestino, é um dos aspectos atuais mais relevantes para a região. Entretanto,
o cultivo agrícola e a retirada dos restos culturais após a colheita, sem
adoção de práticas que visem à reposição de nutrientes, podem causar a
degradação das propriedades físicas, químicas e biológicas dos solos. Nessa
região estes efeitos são mais intensos em razão das altas temperaturas associadas
com a disponibilidade de água durante a época chuvosa do ano, resultam em altas
taxas de decomposição dos restos vegetais e da matéria orgânica do solo.
Estudos recentes têm demonstrado que a
preservação ou o plantio de espécies nativas ou introduzidas podem contribuir
para a preservação e recuperação da fertilidade do solo em campos agrícolas
semiárido nordestino. Atrelado a esses fatores é imprescindível a utilização de
espécies que sirvam, além de contribuir com as características mencionadas acima,
também de suporte forrageiro tendo um alto valor protéico.
Várias são as plantas forrageiras que
possuem essas características, possuírem também uma alta capacidade de produzir
biomassa e tenham um elevado índice protéico em condições de baixa disponibilidade
hídrica no semiárido, porém o projeto visa à propagação de espécies de maior
rusticidade, disponibilidade na região e de rápida propagação. As espécies
trabalhadas no banco de proteína serão: maniçoba, leucena e gliricidia.
MANIÇOBA
Nativa da caatinga e possui grande
resistência a seca, devido ao acúmulo de reservas em seu sistema radicular.
Desenvolve-se na maioria dos solos, podendo ser considerada um recurso
forrageiro de boa qualidade.
A maniçoba possui em sua composição quantidades
variáveis de determinadas substâncias que dão origem ao ácido cianídrico; por
isso, seu consumo deve ser, preferencialmente, na forma de feno.
O primeiro corte para fenação pode ser feito
no segundo ano após o plantio e deverá ser triturada em máquina forrageira
convencional e espalhada em camadas finas para secarem sob a ação do sol e do
vento. Em dois ou três dias o material estará pronto para armazenamento.
Produtividade por área: 4 a 5 toneladas de matéria seca/ha;
·
Forma de plantio: 7 cm de profundidade com 4 a 6
sementes por cova;
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Consumo: 12 a 15 kg de sementes/ ha;
·
Proteína bruta: 20,5 a 22%;
·
Longevidade: mais de15 anos;
·
Espaçamento: 1m entre linhas por 1m entre
plantas;
·
Propagação: sementes e estacas;
LEUCENA
Forrageira altamente palatável e de grande
valor nutritivo. A folhagem e os frutos mais novos chegam a apresentar teores
protéicos de 35%, além de ser melhoradora de solo, semelhante ao guandu. Por
possuir um profundo sistema radicular, é tolerante à seca, concentrando a maior
parte de sua produção de matéria seca na estação chuvosa. Alguns trabalhos têm
mostrado que a ensilagem em tambores é a maneira mais eficiente e de baixo
custo para o produtor. A silagem de leucena não deve ser considerada e
utilizada como alimento volumoso energético, mas como suplemento protéico.
·
Espaçamento: 3,00m x 1,00m ou 2m x 1,0m;
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Consórcio: maniçoba, melancia forrageira, etc;
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Proteína bruta: 21 a 23%;
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Produtividade média: 5 toneladas/ha;
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Forma de utilização: feno, silagem ou pastejo
direto.
GLIRICIDIA
Planta resistente à seca e bem adaptada para
a região nordeste do Brasil. Pelas suas múltiplas potencialidades, a gliricídia
é uma opção para as pequenas propriedades rurais podendo ser utilizada como
forragem na alimentação animal, como adubo verde, como árvore de sombra e
recuperadora de solos em sistemas agroflorestais, como moirão em cercas vivas
e, como lenha para gerar calor.
A principal vantagem da gliricídia com
relação à outras plantas ricas em proteina como a leucena, é a facilidade com
que pode ser estabelecida, tendo em vista que, além das possibilidades do
plantio por mudas ou diretamente por sementes.
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Espaçamento: 3,00m x 2,00m ou 2,00m x 2,00m;
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Propagação: Sementes ou estaquia;
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Proteína bruta: 20,5 a 21%
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Produtividade média: 5 a 20 toneladas de matéria
seca/ha/ano;
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